sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Kati

Kati é uma cidade bem próxima de Bamako, mas bem menor e é onde está localizado o escritório da ASHOKA. Fui convidada para participar de um encontro com mulheres que tinham projetos nas zonas rurais do Mali e que produziam fonte de renda para outras mulheres. A maioria trabalhava com transformaçao de alimentos, e o evento tinha o propóstio de discutir novas possibilidades de parcerias entre elas como também o a melhoria tecnológica com os serviços desenvolvidos. Bem, chegando pela manhã nada muito fora do comum: mulheres com roupas bem coloridas, sorrisos fartos, bambara em alto tom e por aí vai. Acompanhei algumas reflexões sobre como era difícil a situação da mulher no Mali, o quanto tinham que obedecer e ao mesmo tempo " enfrentar" os maridos para lutarem por um pouco de independencia, ou mesmo, sobrevivencia. " No Mali, ainda somos escravas dos homens, como é no Brasil, Carolina?" Hummmm (precisei pensar para tentar descrever uma realidade tão diferente e as vezes nem tanto). E em meio a discussão sobre a emancipaçao dos direitos femininos, ouvi um curioso relato sobre o voto. Apesar de já terem conquistado este direito, comentaram o quanto são impedidas pelos maridos de o exercerem...

E deu-se início a discussão do dia. Propostas, possibilidades, desejos e muitos sorrisos pelas esperanças de melhorarem os projetos realizados pelo bem das mulheres de suas comunidades. Houve alguns momentos que me senti bem pequena diante da força e coragem que aquelas mulheres tiveram e ainda tem em suas trajetórias...


A parte engraçada foi quando o chegou o momento do almoço, e eu já pensando na dificuldade para um vegetariano na cozinha maliense. E aí, veio o frio no estomago quando vi chegarem umas bacias de comida. Sim, bacias, e lembrei na mesma hora que já tinha ouvido falar que nos vilarejos eles faziam um grande prato apenas para todos os membros da família. Ufa, somente mais duas pessoas se aproximaram da bacia que foi posta na minha frente. E onde estão os talheres?? Outro detalhe que já tinha ouvido falar. `Talvez entendam que sou estrangeira`, e lá fui eu tentar conseguir uma colher.  Entre famintos e vegetarianos, salvaram-se todos! :)



E a boa nova é que fui convidada para começar um trabalho com adolescentes grávidas em um centro educacional, também da ASHOKA, nesta mesma cidade. E nos próximos dias, estarei decidindo por onde irei começar! Mas pelo visto, trabalho é algo que está bem longe de faltar por aqui... :) :)

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