Segundo a wikipédia:
Choque cultural refere-se à ansiedade e sentimentos (de surpresa, desorientação, incerteza, confusão mental, etc) sentido quando as pessoas têm de operar dentro de uma diferente e desconhecida cultura ou ambiente social. Após deixar o que era familiar para trás, as pessoas têm de encontrar o caminho em uma nova cultura que tem uma modo de vida diferente e uma mentalidade diferente [1], tal quando em um país estrangeiro. A partir dali, nasce as dificuldades de assimilar a nova cultura, causando dificuldades em saber o que é adequado e o que não é.
Bem, já tinha conversado um pouco sobre o assunto e "as fases" do choque cultural com a minha amiga Paula, missionária brasileira, e que já mora na Africa há 05 anos. Mas sentir que algo estava muito estranho foi mesmo quando saí do Mali por uma semana para ver o meu pai e alguns tios na França...Primeiro foi aquele medo de sair e não conseguir mais voltar (e porque eu não voltaria?? não tenho a mínima idéia...) e depois foi uma sensação de não saber mais os conceitos de "certo" ou "errado" com relação às minhas opiniões tão formadas pela vivencia no Brasil. Já não me surpreedi mais com o caos do aeroporto do Mali, em que para chamar para o embarque foi mesmo uma pessoa gritando o número do voo ( nao me perguntem o que houve com o sistema de som). Mas foi só chegar em Paris e entrar no metro e no eficiente sistema de transporte público, depois de comprar o bilhete em menos de um minuto em uma máquina usando o cartão de crédito, que comecei a me sentir muito, mas muito estranha...
Primeiro lembrei dos taxis do Mali, que quando estão com um passageiro param se outro pedir para ver se é o mesmo caminho e vão enchendo até o limite (e não raro este é ultrapassado) e ainda param para qualquer outra coisa q vem na cabeça, como comprar bananas, comer um amendoim, ou até mesmo perguntar o preço de algo que a sua mulher pediu ( na ultima vez que peguei um, aconteceu esses três exemplos!!!). Nas primeiras vezes fiquei impaciente, querendo perguntar: voce não sabe que tenho horario, que não tenho tempo a perder, e que estou pagando pelo serviço???? Mas agora, o normal passou a ser o contrario e já deixo os minutos sobrando para " as paradas" programadas (risos). E aí, em meio a estas lembranças de transportes, me senti muito, mas muito estranha por estar imersa num meio apenas de pessoas brancas...Falta alguma coisa aqui!!!! Só percebi mesmo algo relacionado ao choque cultural quando fiquei esperando as saudaçoes diárias que acontecem aqui nesta cidade por todos os desconhecidos...O que houve com os parisisenses?? Onde estão os sorrisos, o barulho, e todos os meus " bonjour, ça va???" Veio o deslumbre e ao mesmo tempo o incomodo quando entrei na primeira loja (uma simples loja de roupas, mas que não existe no Mali) e depois uma "alegria" de saber que aqui encontro tudo o que eu precisar...Nossa, estou louca mesmo!!! Descubro que não tenho mais certezas de alguns conceitos, e qual é a minha visão do " normal" agora???? Je ne sais pas!!!!!
Abraçar papai, meus tios e amigos, falar portugues, ver a exposição de Monet, ouvir música classica e bossa nova tocada no piano por Adrian, curtir o frio e as delícias que a cidade luz oferece, me fez me sentir em outro mundo, e o Mali pareceu um sonho bem distante...O retorno??? Com uma mala cheia de comidinhas que não encontro na Africa, livros e outras novidades para me sentir mais confortável, chego ao aeroporto bem, bem caótico...Roupas coloridas, conversas em alto som, calor ( e muito) e uma sensação forte de familiaridade com aquilo tudo...Ah, como é bom estar em casa...
(...) me emocionei com o "Ah, como é bom estar em casa..." =~)
ResponderExcluirBeijoos amiga!!
Uma pena não ter te encontrado por lá... sintonia total de impressões! E a pessoa mais simpática que encontrei em paris foi um africano que vendia chaveirinhos lá na torre eiffel. Quando viu que éramos brasileiros, veio com um sorrisão no rosto: "brésil! brésil de lula, hã?!" Rsrs... Bjooo
ResponderExcluirOu Lolol, como a vida parece fácil, mas é extremamente complicada! Fico imaginando suas emoções e angustias, primeiro pelo reencontro com pessoas maravilhosas que todos nós conhecemos e convivemos (seus familiares), depois pela ansiedade de retornar a algo, ou um modo de viver, que tem transformado a vida de muita gente (me incluo nessa massa!), pois quem acompanha suas experiências, convive juntamente com você, em tudo que é expresso no seu blog, mas lembre-se das coisas boas, tanto de Paris, como da sua nova vida, que passou a ser a vida de muitos, pois ouvir Adrian, nos reporta a nossa farra com "sanfona" e tudo mais aqui em casa, e rever seus familiares, é algo que compensará, em forças, sua trajetória em benefícios de pessoas que jamais imaginavam que teriam a chance de conhecer alguém tão especial como você!
ResponderExcluirContinue sua missão e nos mostre o verdadeiro sentido da vida, a partir da "arte de nascer".
Beijão,
Temilson, Dodora e Themis Maria.
Ahhh, teve horas q me senti meio fora da realidade...Será q estou ficando louca???? Temilson, obrigada pelas belas palavras mais uma vez, não foi tão fácil retornar não, mas quando temos um objetivo maior, isso ajuda mesmo!
ResponderExcluirSim, Alyane, aqui é todo mundo louco pelo Brasil..Se não somos lembrados pelo futebol, somos por Lula. Fiquei impressionada como todos acompanharam as eleiçoes do Brasil por aqui, dos mais pobres aos mais instruídos..A política de Lula de ter acabado com a fome, ficou bem famosa aqui na África... Ah, e alegria como a dos africanos do Mali, não existe em nenhum outro lugar do mundo...
Que saudades dessa minha sobrinha... linda, amorosa, dedicada, forte, sonhadora, cheia de esperanças e amor pra dar.
ResponderExcluirFiquei muito feliz em revê-la em Paris.
Te amo muuuuuuuito e me orgulho de ser sua tia.
Continue firme e forte na missão que lhe está sendo confiada e que Deus esteja sempre com vc, como fonte de luz, paz, sabedoria, amor, saúde e proteção.
Saudades... e mtos bjos.
tia Aline e tio Dida.
Ahhhhhh, saudades enormes tambemmmmmmmmmmmm . Beijos para vc e tio Dida!!!!!! E obrigada pelas belas palavras
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