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Eu e Madame Togo |
Antes de vir para a Africa pensei várias vezes em como seria viver em um país mulçumano, no papel secundário que a mulher ocupava na sociedade e em todos os possíveis problemas que teria com isto. Mas apesar de muitos que já moram aqui me falarem da cultura do Mali, ainda não consegui presenciar nos meios que frequentei, o papel secundário do sexo " frágil". Para mim, as que tenho conhecido, definiria como guerreiras...Sempre muitos filhos (média do mali: 6 filhos pou mulher), mas ainda conseguiram transpor as muitas barreiras para estudar e trabalhar (18% das mulheres são alfabetizadas). Lidam com o dia a dia cheias de força e uma alegria surpreendente, mesmo com os obstáculos que a sociedade e os padrões culturais impõem. E como não posso falar de todas que tenho conhecido e admirado, exemplificarei com madame Togo...Enfermeria, trabalha no pequeno hospital que tenho feito estágio. Seis filhos, dos quais fala sempre com brilho nos olhos. Gosta muito, mas muito do que faz, e os seus sorrisos as 6:30 da manha ou ao fim do plantão comprovam sempre isso. Já sei um pouco a vida difícil que tem, ainda mais depois do segundo e terceiro casamento do marido e de ter que conviver com as outras mulheres (ele é mulçumano, e é permitido pela sua religião), ainda consegue tempo para cuidar do mundo. A vejo juntando as moedas para comprar o meu almoço (e ai de mim se insistir para eu mesmo comprar) e liga sempre nos dias que não me vê para saber como estou de saúde.
" ...um dia irei compor borboletas..." apenas para contemplar o bater das asas dos que estão na Terra para torna-la mais bela.
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