Comecei a visitar as ONGs em Bamako, queria conhecer aquelas que trabalham com gestantes, para poder ter uma idéia melhor da situação e começar realmente o projeto... Comecei pela Communaute Catholique des Beatitudes, uma casa com 8 freiras católicas que acolhem meninas adolescentes que estão grávidas e não tem para onde ir. Fui recebida por uma irmã que me mostrou o local. Tudo muito, mas muito simples, mas um trabalho realizado com amor. Uma imagem de Maria ocupa o jardim central, e quando perguntei sobre financimentos, como elas faziam para manter o local, " a providência divina" foi a resposta. Fundada há 14 anos, a instituição não tem ajuda fixa, e como a irmã Marcele disse, " conseguimos sobreviver com ajuda das pessoas, quando acho que vai faltar algo, recebemos alguma doação". Bem, as meninas com olhar de criança e não expressavam nenhum sorriso com os bebês em seus colos. Provavelmente não sabiam o que fariam depois com suas vidas. O lado bom é que abriram as portas para qualquer trabalho que eu quisesse realizar com as meninas, ou para ajudar a instituição.
Segunda visita, a ONG ADJM, que também acolhe meninas grávidas que trabalham como ajudantes familiares em Bamako. E lá foi um outro montante de dificuldades: pouco financiamento, as vezes não dá para pagar o parto e eles acontecem sem assistência, as meninas após os 45 dias do pós parto tem que deixar o local, porque precisam do espaço para alojar outras e por aí vai. Mas como me disse o diretor do local: " fazemos o que podemos, é melhor do que não fazer nada". Sim, penso também deste modo, mas será que não posso fazer algo mais por eles, ou melhor, por elas?? O olhar de cada uma delas me fez lembrar dos olhos cheios de brilho de algumas das grávidas que acompanho no Brasil. Como queria que todos pudessem entender (e vivenciar) a sublimidade de uma gestação.
A única certeza que tenho: vou trabalhar não com uma, mas com muitas ONGs!!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário