Kadiadiata

O título do post é o nome de uma menina grávida que entrevistei hoje...Mostra a realidade de todas as meninas que o meu projeto se propõe a trabalhar. Jovens, migram das zonas rurais para trabalhar, sem estudo, ou experiencias profissionais, acabam sofrendo as conseqências de uma marginalização da "cidade grande". Kadiadiata: 20 anos, veio da região de Ségou para trabalhar na cidade grande, não sabe ler nem escrever, e após 18 meses de trabalho como ajudante familiar em uma casa, conheceu um rapaz. Engravidou semanas após, diz não conhecer planejamento familiar, e o pai do bebe desapareceu. No fim da gestação foi despedida, seus pais não sabem que está grávida, e não tem dinheiro para voltar para casa. Mesmo se tivesse, acha que seus pais vão renegá-la, pois está grávida sem casamento. Acha que está com 9 meses, e passou algumas noites na rua porque não conhece ninguém e não tinha para onde ir. Alguém falou para ela sobre a APAFE, e ela chegou lá no dia 24 de setembro. Fizeram o cadastro, e vão tentar localizar sua família, o pai do bebe e encaminhá-la a um centro de alojamento para que fique durante o parto e o pós-parto... Fiz uma filmagem, com algumas perguntas: pensou em aborto, mas desistiu porque não consegui realizar cedo, e agora falaram que não é seguro. Está na primeira gestação, mas disse não ter medo do parto. O que pensa/ espera do futuro?? apenas conseguir um outro trabalho, porque com um bebe vai ser bem mais difícil...Ah, e se ela sabe alguma canção de ninar??? Não, não lembra se sua mãe já cantou um dia para ela, acha que já ouviu uma musica que fala que o bebe chora e a mae saiu pra fazer o trabalho no campo, mas não sabe cantar...

E aí está ela: