quinta-feira, 2 de setembro de 2010

No woman no cry

Pensando...




Durante uma palestra relataram um fato que aconteceu há poucos dias aqui na Índia: uma mulher deu a luz na rua, sozinha, ao lado de um grande hospital privado. Ficou 04 dias no local, e sim, ela morreu. Acho que ela não falou o que houve com o bebê, mas isto me tocou profundamente. Não somente por este caso, mas por todas as mulheres que morrem a cada dia por causas que são evitáveis em 90% das vezes!!!!! Em todas as palestras em que foram mostradas duras realidades, também sabíamos as soluções...Existe sim, e sabemos quais são: mais investimento, formação e treinamento de profissionais, melhores condições de saúde e por aí vai. Pensei em todas as famílias que se perdem quando a mulher se perde no direito de viver...E morre porque não estamos preocupados com isso. E por que eu estaria?? Por que devo me preocupar com todas as marias e todas as crianças que não tem o direito de nascer?? Ou até nascem, mas sem a menor dignidade. É, realmente não temos tempo para tantas coisas, já basta as preocupações do dia a dia, trabalho, estudo, futuro, lazer, filhos (já temos os nossos!)...



UMA EM CADA 22 MULHERES MORREM POR CAUSAS RELACIONADAS A GESTAÇÃO/PARTO NA ÁFRICA SUB SAARIANA...







91 % DOS PARTOS EM BLANGADESH OCORREM FORA DOS HOSPITAIS...






16 MILHÕES DE ADOLESCENTES FICAM GRÁVIDAS ANUALMENTE, E MUITAS MORREM POR COMPLICAÇÕES DA GESTAÇÃO...



Prefiro acreditar que o mundo vai mudar, e que todos se importarão ao menos com as mulheres e crianças...Perguntarão aos seus governos quais as soluções para estes problemas, e se sentirão responsáveis como se fossem as suas mulheres e os seus filhos. Se a gestação não pode ser feliz e sublime como eu imagino e faço até alguns perceberem, que possa ser ao menos seguro!

Que as nossas mulheres não precisem arriscar suas vidas para um dia serem MÃES...

Obs1: o título deste post é um documentário que foi lançado no evento...Maravilhoso, vale a pena ver (http://www.everymothercounts.org/film).

Obs2: lembrei muito durante todas estas reflexões de dois professores que sempre tentam despertar este ideal nos alunos de medicina. Dr Reginaldo e Dra Maria do Carmo, que de alguma forma despertaram algo bem adormecido em mim, o meu eterno obrigada...

Obs3: achei essa indiana grávida em uma visita a uma mesquita. Fiquei com vontade de pedir para tirar uma foto, mas não sabia como seria a reação. Aí, uma meia hora depois ela me abordou e pediu para tirar uma foto comigo, acreditam???? Deve ter sido por causa do vestido que eu tive que alugar para entrar na mesquita (risos).

2 comentários:

  1. Miga, sinto intensamente a tua revolta... essas histórias me chocam ainda mais hj, fico imaginando como seria para o meu anjinho se eu não estivesse aqui, não consigo nem conceber. Que a tua aventura seja mais uma voz para essas "Marias", que tuas palavras emocionem e inspirem mais e mais pessoas, assim como um dia vc foi inspirada por Dr Reginaldo e Dra Maria do Carmo! AMA GIGANTE!!! Bjusss

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  2. Pois é amiga, é bem dificil ver td isto e não poder fazer nada, ainda mais qd se é mãe...Nao sou ainda, mas é como se dividisse a dor com todas elas...
    Bjao

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